https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/issue/feed Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular 2025-07-12T02:11:05-07:00 Open Journal Systems https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/140 POR DETRÁS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL... 2024-10-12T08:58:35-07:00 Andreia Gi andreiapintorgi@gmail.com Susana Mendonça Sofia Amado Ferreira António Gonçalves <div> <div><strong>Introdução</strong>: Perante uma suspeita de hipertensão arterial em adultos jovens, deve-se proceder a uma investigação clínica, laboratorial e imagiológica apropriada, com vista à exclusão de causas secundárias.</div> <br /> <div><strong>Descrição do Caso Clínico</strong>: Utente do sexo masculino, 39 anos, recorreu à consulta por episódios recorrentes de pressão arterial elevada em ambulatório com alguns meses de evolução, tendo ido ao serviço de urgência há 2 dias por dor torácica inespecífica, sem critérios de enfarte agudo do miocárdio. Na consulta, encontrava-se assintomático. Como antecedentes pessoais, destacavam-se obesidade e hábitos tabágicos prévios. Não cumpria qualquer medicação habitual. Ao exame físico, no consultório, objetivou-se pressão arterial com valores de 154/63 mmHg e frequência cardíaca de 62 bpm. À auscultação cardíaca, identificou-se um sopro diastólico. Na consulta de reavaliação, o eletrocardiograma de 12 derivações demonstrou hipertrofia ventricular esquerda e a ecocardiografia transtorácica revelou válvula aórtica com alterações estruturais, funcionalmente bicúspide, sem estenose, com insuficiência grave. Face a este resultado, referenciou-se o utente à consulta de cardiologia, onde realizou ecocardiografia transesofágica e angiografia coronária por tomografia computorizada para planeamento de cirurgia, tendo sido submetido a cirurgia de substituição valvular aórtica por prótese mecânica St Jude Regent. Atualmente, com seguimento pelo médico de família, o utente mantém estabilização tensional e fatores de risco cardiovasculares controlados com terapêutica farmacológica.</div> <br /> <div><strong>Conclusão</strong>: Apesar da hipertensão arterial ser um epifenómeno neste caso, a sua correta abordagem nos cuidados de saúde primários permitiu o diagnóstico precoce e a intervenção atempada de uma condição, que poderia originar o desenvolvimento de complicações potencialmente fatais.</div> </div> 2025-07-12T00:00:00-07:00 Direitos de Autor (c) 2025 Andreia Gi, Susana Mendonça, Sofia Amado Ferreira, António Gonçalves https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/168 NÍVEL SÉRICO DE ÁCIDO ÚRICO COMO PREDITOR DO RISCO CARDIOVASCULAR - QUAL A EVIDÊNCIA? 2025-04-10T08:02:41-07:00 Inês Rodrigues Gonçalves ines.r.goncalves@gmail.com Daniel Santos Silva Luísa Belo Vieira Andréa Cunha Antunes <div> <div><strong>Introdução</strong>: O risco cardiovascular é definido como a probabilidade de um indivíduo desenvolver uma doença cardiovascular no futuro, para a qual contribuem fatores de risco bem estabelecidos. Uma vez que a doença cardiovascular constitui a principal causa de morte e incapacidade nos países ocidentais, é fundamental gerir adequadamente desses fatores e explorar a existência de outros.</div> <br /> <div><strong>Métodos</strong>: Revisão narrativa da literatura científica sobre a relação entre o valor sérico de ácido úrico e o risco cardiovascular, utilizando uma pesquisa de artigos publicados entre 01 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024 nas bases de dados Pubmed®, Science Direct® e Cochrane Library®.</div> <br /> <div><strong>Resultados</strong>: A hiperuricemia está associada ao aumento do risco cardiovascular, através da relação com importantes fatores de risco, nomeadamente a doença renal crónica, diabetes, obesidade, hipertrofia ventricular esquerda e rigidez arterial. Para além disso, foi demonstrado que a indexação do valor sérico de ácido úrico à função renal, através do valor sérico de creatinina, o torna um marcador mais completo, devendo também ser utilizado no rastreio dos pacientes.</div> <br /> <div><strong>Discussão e Conclusão</strong>: A hiperuricemia é considerada um fator de risco adicional quer para o desenvolvimento, quer para o agravamento da doença cardiovascular. A monitorização precoce do valor sérico de ácido úrico e a gestão adequada da hiperuricemia podem ser fundamentais na redução do risco cardiovascular e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.</div> </div> 2025-07-12T00:00:00-07:00 Direitos de Autor (c) 2025 Inês Rodrigues Gonçalves, Daniel Santos Silva, Luísa Belo Vieira, Andréa Cunha Antunes https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/175 RESUMOS DO 19º CONGRESSO PORTUGUÊS DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL 2025-07-05T03:09:14-07:00 Revista Hipertensão 2025-07-12T00:00:00-07:00 Direitos de Autor (c) 2025 Revista Hipertensão https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/176 Editorial 2025-07-05T03:11:11-07:00 Luís Bronze 2025-07-12T00:00:00-07:00 Direitos de Autor (c) 2025 Luís Bronze https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/177 CARACTERIZAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NUM SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA 2025-07-05T03:13:51-07:00 Rodrigo Duarte rmduarte149@gmail.com Raquel Flores João Pereira <div> <div><strong>Introdução</strong>: A hipertensão é uma doença grave, presente em mais de 60% dos indivíduos acima dos 60 anos. Está associada ao desenvolvimento de doença cardíaca, renal terminal e cerebral, com risco acrescido de declínio cognitivo e demência. A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Europeia de Cardiologia alertam para uma parca taxa de adesão e impacto terapêutico, estando apenas controlada em 14% dos casos. Recomendam o início de terapêutica farmacológica combinada em comprimido único para aumentar a adesão e eficácia terapêutica, com menores efeitos adversos comparativamente à monoterapia em dose máxima, com potencial redução dos eventos graves associados à hipertensão.</div> <br /> <div><strong>Objetivos</strong>: Caracterizar os doentes hipertensos num serviço de medicina interna (MI); avaliar a aplicabilidade das recomendações de terapia anti-hipertensora combinada em comprimido único nos doentes hipertensos admitidos num serviço de MI; identificar as principais classes combinadas prescritas.</div> <br /> <div><strong>Método</strong>: Foram identificados os doentes hipertensos internados durante o ano de 2021 em 12 camas de um serviço de Medicina Interna e caracterizados quanto à idade, género, lesão de órgão alvo (história de cardiopatia isquémica, insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular, doença renal crónica, fibrilhação auricular, demência) e classe de anti-hipertensores (inibidores da enzima conversora do angiotensinogénio [IECA], antagonista dos recetores da angiotensina II [ARA], bloqueador dos canais de cálcio [BCC], beta-bloqueante ou diurético) à data de admissão e à data de alta e registada a prescrição de terapia combinada em comprimido único. Foram excluídos os doentes transferidos para outros serviços e os óbitos.</div> <br /> <div><strong>Resultados</strong>: Foram incluídos 130 doentes, dos quais 53,1% (n=69) eram do sexo masculino, com idade média de 82 anos. Destes, 82,3% (n=107) apresentava pelo menos uma lesão de órgão alvo, sendo as mais frequentes a insuficiência cardíaca (n=60, 46,2%) e a doença cerebrovascular (n=49, 37,7%). À admissão, 15 doentes (11,5%) não realizavam agentes anti-hipertensores e 63,1% (n=82) utilizavam 2 ou mais agentes anti-hipertensores. A utilização de terapêutica combinada em comprimido único foi identificada em 42 doentes (32,3%), na sua maioria combinação de ARA com diurético (n=19), IECA com diurético (n=8) ou IECA com BCC (n=7). No momento da alta verificou-se que 13,1% (n=17) não realizava terapêutica anti-hipertensora e que 61,5% (n=80) utilizavam 2 ou mais agentes anti-hipertensores. Em 17,7% (n=23) dos doentes foi prescrita terapêutica combinada em comprimido único, sendo as combinações ARA mais diurético, IECA mais diurético e IECA mais BCC (n=13, n=5 e n= 4, respetivamente) as mais usadas. Apenas um doente iniciou terapêutica combinada (IECA mais BCC).</div> <br /> <div><strong>Conclusão</strong>: Contrariamente às recomendações estabelecidas, verificou-se uma redução na escolha de terapêutica com duplo agente nestes doentes, havendo até suspensão de anti-hipertensores em 13,1% dos doentes. Considera-se como principal limitação ao estudo efetuado a ausência do motivo de suspensão da terapêutica. Na população idosa, a adesão à terapêutica é diretamente condicionada por diversos fatores de risco, nomeadamente, pelas alterações cognitivas, grau de dependência, pluripatologias, polimedicação, gestão dos seus efeitos secundários e interações medicamentosas. A individualização e simplificação da terapêutica constituem ferramentas essenciais para a prática clínica.</div> </div> 2025-07-12T00:00:00-07:00 Direitos de Autor (c) 2025 Rodrigo Duarte, Raquel Flores, João Pereira