AUTO MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE A ADESÃO NUMA CONSULTA ESPECIALIZADA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Autores

  • Bárbara Fontes Oliveira Interna de Formação Específica de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • Olga Pires Interna de Formação Específica de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • Marta Braga Martins Interna de Formação Específica de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • Sara M. Costa Interna de Formação Específica de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • Inês Burmester Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • Maria João Regadas Assistente graduado em Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE
  • António Oliveira e Silva Diretor de Serviço de Medicina Interna, Hospital de Braga, EPE

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.10

Palavras-chave:

Hipertensão Arterial, Auto-Medição da Pressão Arterial, Hipertensão da Bata Branca, Hipertensão Mascarada

Resumo

Introdução: A medição da PA em consultório tem sido a pedra basilar no diagnóstico e no seguimento dos doentes hipertensos. No entanto, constitui uma avaliação isolada, que pode não refletir os valores tensionais quotidianos. A Auto-Medição da Pressão Arterial (AMPA), tem vindo a ganhar importância, pois permite obter valores da PA mais reprodutíveis, auxilia no diagnóstico de HTA da bata branca e HTA mascarada, e parece estar associado a uma melhor adesão à terapêutica.

Metodologia: Este é um estudo retrospectivo, que visa avaliar a adesão à AMPA, numa amostra de 149 doentes seguidos em consulta externa de HTA de um hospital português, no período de Janeiro de 2017 a Dezembro de 2018. Desde a primeira consulta que todos os doentes são incentivados a monitorizar a PA em ambulatório, é-lhes explicada a sua importância e são instruídos sobre como o fazer de modo adequado.

Resultados: Os valores médios de PA em ambulatório foram de 133.1 ± 21.2 mmHg para a PA sistólica e de 76.4 ± 12.1 mmHg para a PA diastólica, comparativamente a valores de PA sistólica média de 138.7 ± 17.2 mmHg e PA diastólica média de 81,4 ± 11,3 mmHg avaliados no consultório. A PA sistólica medida em ambulatório foi, em média, 5.6 mmHg mais baixa que a medida no consultório, e a PA diastólica medida em ambulatório foi, em média, 5 mmHg mais baixa que a medida no consultório, sendo que esta diferença tem significado estatístico (p-value < 0,001).

Conclusão: A AMPA proporciona uma oportunidade de monitorizar os valores tensionais de forma mais reprodutível e integrada no que é o dia-a-dia do paciente, permitindo a identificação de doentes com HTA de bata branca e com HTA mascarada. Para além disso, parece melhorar a adesão à terapêutica e contribuir para um melhor controlo tensional.

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Referências

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Publicado

2022-05-14

Como Citar

1.
Fontes Oliveira B, Pires O, Braga Martins M, M. Costa S, Burmester I, Regadas MJ, Oliveira e Silva A. AUTO MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE A ADESÃO NUMA CONSULTA ESPECIALIZADA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. RH [Internet]. 14 de Maio de 2022 [citado 18 de Abril de 2024];(86):14-6. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/10

Edição

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Artigo Original