MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CONSULTÓRIO: HÁ DIFERENÇAS ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA MEDIÇÃO?

Autores

  • Olga Pires Hospital de Braga, EPE
  • Inês Burmester Hospital de Braga, EPE
  • Marta Braga Martins Hospital de Braga, EPE
  • Bárbara Fontes Oliveira Hospital de Braga, EPE
  • António Oliveira e Silva Hospital de Braga, EPE
  • Maria João Regadas Hospital de Braga, EPE

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.11

Palavras-chave:

HTA, Tensão arterial sistólica, Tensão artéria diastólica

Resumo

Introdução: A medição correta da Pressão Arterial (PA) é essencial para o diagnóstico e abordagem da hipertensão arterial (HTA). A forma como deve ser realizada está descrita de forma clara nas orientações europeias das “Guidelines for the management of arterial hypertension 2018”. Este trabalho pretende refletir sobre a importância da realização de três medições em consulta, tal como analisar a diferença observada entre as duas medições de PA realizadas.

Objetivo: Analisar a diferença existente entre as primeiras e segundas medições de PA no consultório, nos doentes em seguimento numa consulta hospitalar especializada de HTA.

Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, num período temporal de 2 anos (2017 e 2018) que envolveu 149 doentes de uma consulta de hipertensão arterial hospitalar. Foram recolhidos dados sociodemográficos e valores de medição de PA nas consultas. Os dados foram tratados utilizando o SPSS versão 23.0. Os valores de tendência central e dispersão, para variáveis contínuas, são apresentados como médias e desvios padrão.

Resultados: A idade média dos intervenientes foi de 55±16 anos, com 53% dos doentes do sexo masculino. Em cada doente foram efetuadas 2.4±0.5 medições de PA em cada consulta. As diferenças nos valores de Tensão arterial sistólica (TAS) e Tensão arterial diastólica (TAD) entre as primeiras e segundas medições foram de 26.0±6.0mmHg para TAS (pvalue <0.001) e 15.0 ± 3.2mmHg para a TAD (pvalue <0.001) sendo assim estatisticamente significativas as diferenças entre os valores de TAS e TAD entre as duas últimas medições de PA realizadas em consulta.

Conclusão: Neste estudo verificou-se que os valores medidos nas primeira e segunda avaliações apresentam uma diferença significativa, facto que reforça a necessidade de uma terceira avaliação, corroborando assim, a importância das orientações já estabelecidas, que indicam que nos casos em que as duas primeiras medições difiram em mais de 10 mmHg uma terceira avaliação deve ser realizada, evitando erros de classificação.

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Referências

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2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. The Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Society of Hypertension (ESH)

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McKay DW,Campbell NRC,Parab LS,Chockalingam A, Fodor JG. Clini- cal assessment of blood pressure. J Hum Hypertens 1990;4:639-45.

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Publicado

2022-05-14

Como Citar

1.
Pires O, Burmester I, Braga Martins M, Fontes Oliveira B, Oliveira e Silva A, Regadas MJ. MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CONSULTÓRIO: HÁ DIFERENÇAS ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA MEDIÇÃO?. RH [Internet]. 14 de Maio de 2022 [citado 25 de Abril de 2024];(86):20-2. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/11

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Artigo Original