TROMBOEMBOLISMO PULMONAR NUMA JOVEM: A IMPORTÂNCIA DOS FATORES DE RISCO
DOI:
https://doi.org/10.58043/rphrc.130Palavras-chave:
tromboembolismo pulmonar, D-dímeros, angiotomografia computorizada pulmonar, fatores de risco, anticoagulaçãoResumo
Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma patologia potencialmente grave, que pode ser fatal e ter complicações. Como fatores de risco destacam-se: imobilização, obesidade, tabagismo, neoplasia, gravidez, entre outros. Clinicamente manifesta-se por dor torácica pleurítica, taquicardia e dispneia. A angiotomografia computorizada (angioTC) pulmonar é o método de eleição para confirmar o diagnóstico, mas frequentemente é realizado estudo analítico prévio, com doseamento de D-Dímeros. A terapêutica depende da estabilidade hemodinâmica do doente. Geralmente todos necessitam de anticoagulação.Descrição do Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 45 anos, autónoma, antecedentes de hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade, tromboflebite poplítea à direita, trombose venosa profunda do membro inferior direito, insuficiência venosa dos membros inferiores, medicada com lisinopril, atorvastatina e contracetivo oral combinado (COC). Observada em consulta aberta no centro de saúde por toracalgia pleurítica à esquerda de início súbito, sem fatores de alívio. À observação: eupneica, SpO2 98%, PA 150/95 mmHg, FC 105 bpm, assimetria dos membros inferiores (sequelar). Cálculo do score de Wells 6 pontos (probabilidade moderada de TEP). Referenciada ao serviço de urgência (SU) por suspeita de TEP. No SU realizou estudo analítico com elevação de D-dímeros pelo que fez angioTC pulmonar que revelou “sinais evidentes de TEP à esquerda em ramos segmentares, à direita oclui parcialmente a artéria pulmonar a montante da sua bifurcação”, pelo que ficou internada por TEP bilateral. No internamento iniciou anticoagulação com apixabano, tendo tido alta com esta medicação durante 6 meses e recomendação para suspender COC.
Conclusão: Salienta-se a importância de suspeitar do diagnóstico de TEP, com base na clínica, que pode ser inespecífica, e nos fatores de risco, mesmo em doentes jovens, e referenciar estes casos ao SU. Esta doente tinha antecedentes de tromboembolismo venoso (TEV), mas não cumpriu as recomendações (suspender COC e controlo dos fatores de risco cardiovascular). É fundamental, em todas as consultas, incentivar um estilo de vida saudável e, nestes doentes, recomendar o uso de meias de contenção elástica. No caso desta doente, é também essencial apresentar-lhe os métodos contracetivos alternativos e apoiá-la na escolha.
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