ANÁLISE DE 16528 REGISTOS INDIVIDUAIS DE MONITORIZAÇÃO AMBULATÓRIA DA PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS REFERENCIADOS A UMA UNIDADE DE HIPERTENSÃO DURANTE 23 ANOS

Autores

  • Isabel Azevedo Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Casa dos Pescadores, ULS Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Portugal
  • Loide Barbosa Técnica de Cardiopneumografia, Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular, Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos
  • José Alberto Silva Assistente Graduado Sénior de Medicina Interna, Responsável pela Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular, Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos
  • Jorge Polónia Professor Catedrático de Medicina Interna, Faculdade Medicina do Porto/RISE, Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular, Hospital Pedro Hispano, ULS Matosinhos

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.131

Palavras-chave:

Monitorização ambulatória da pressão arterial, grau de controlo da hipertensão baseada na PA de consultório e na ABPM, medicação anti-hipertensora

Resumo

A pressurometria ambulatória de 24 horas (MAPA) é uma ferramenta essencial na avaliação do doente hipertenso. O estudo presente consistiu na avaliação retrospetiva de 16528 registos de MAPA efetuados na Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular da ULS Matosinhos entre janeiro de 2000 e dezembro de 2022 em doentes de com hipertensão arterial sob medicação sem eventos cardiovasculares prévios. Esta população (51% mulheres, idades entre 18-80 anos) foi dividida em 5 grupos de acordo com o numero total de medicamentos anti-hipertensores prescritos, ou seja 1, 2, 3 , 4 ou >=5. Cerca de 29% dos doentes estavam sob monoterapia. A taxa de controlo tensional com base na pressão arterial (PA) de consultório (<140/90 mm Hg) foi inferior à taxa de controlo tensional baseada na MAPA (24horas < 130/80 mm Hg), o que sugere a presença de um efeito da bata branca detetado na MAPA. O número crescente de anti hipertensivos prescritos associou-se a indicadores de maior gravidade da situação hipertensiva traduzida por valores mais elevados de idade (54+16 para 63+13 anos), IMC (27.3+4.0 para 29.7+4.8 Kg/m2), PA casual (148/89+20/13 para 160/88+25/16 mmHg), PA de 24h (128/75+13/9 para 137/75+18/12 mmHg), e de índice de rigidez aórtica (0.37+0.18 para 0.46+0.19) e a uma menor descida da PA sistólica noturna (11.9+7.7 para 8.4+9.2 %) todos p<0.01, bem como a uma utilização mais frequente de diuréticos, antagonistas dos recetores da angiotensina, bloqueadores beta e antagonistas do cálcio. O estudo confirma a vantagem da MAPA na estratificação do risco cardiovascular, na avaliação do real controlo tensional e no diagnostico do fenómeno da bata branca em doentes hipertensos medicados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Pickering TG, Coats A, Mallion JM, Mancia G, Verdecchia P. Blood Pressure Monitoring. Task force V: White-coat hypertension. Blood Press Monit. 1999;4(6):333-41.

Staessen JA, Beilin L, Parati G, Waeber B, White W. Task force IV: Clinical use of ambulatory blood pressure monitoring. Participants of the 1999 Consensus Conference on Ambulatory Blood Pressure Monitoring. Blood Press Monit. 1999;4(6):319-31.

Pickering TG. Utility of 24 h ambulatory blood pressure monitoring in clinical practice. Can J Cardiol. 1995;11 Suppl H:43H-8H.

VerdecchiaP,SchillaciG,BorgioniC,CiucciA,PorcellatiC. Prognostic significance of the white coat effect. Hypertension. 1997;29(6):1218-24.

Chobanian AV, Bakris GL, Black HR, Cushman WC, Green LA, Izzo JL, Jr., et al. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 report. JAMA. 2003;289(19):2560-72.

Mancia G, Kreutz R, Brunstrom M, Burnier M, Grassi G, Januszewicz A, et al. 2023 ESH Guidelines for the management of arterial hypertension The Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Hypertension: Endorsed by the International Society of Hypertension (ISH) and the European Renal Association (ERA). J Hypertens. 2023;41(12):1874-2071.

Bastos JM, Bertoquini S, Silva JA, Polonia J. Relationship between ambulatory blood pressure monitoring values and future occurrence of ischemic cerebrovascular and coronary events in hypertensive patients. Rev Port Cardiol. 2006;25(3):305-16.

Polonia JJ, Gama GM, Silva JA, Amaral C, Martins LR, Bertoquini SE. Sequential follow-up clinic and ambulatory blood pressure evaluation in a low risk population of white-coat hypertensive patients and in normotensives. Blood Press Monit. 2005;10(2):57-64.

Bastos JM, Bertoquini S, Polonia J. Prognostic significance of ambulatory arterial stiffness index in hypertensives followed for 8.2 years: its relation with new events and cardiovascular risk estimation. Rev Port Cardiol. 2010;29(9):1287-303.

Boos CJ, Hein A, Khattab A. Ambulatory arterial stiffness index, mortality, and adverse cardiovascular outcomes; Systematic review and meta-analysis. J Clin Hypertens (Greenwich). 2024;26(2):89-101.

Downloads

Publicado

2024-06-10

Como Citar

1.
Azevedo I, Barbosa L, Silva JA, Polónia J. ANÁLISE DE 16528 REGISTOS INDIVIDUAIS DE MONITORIZAÇÃO AMBULATÓRIA DA PRESSÃO ARTERIAL DE 24 HORAS REFERENCIADOS A UMA UNIDADE DE HIPERTENSÃO DURANTE 23 ANOS. RH [Internet]. 10 de Junho de 2024 [citado 27 de Julho de 2024];(101):20-5. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/131

Edição

Secção

Artigo Original