Hipertensão Arterial E Suas Comorbilidades E Complicações Numa USF

Autores

  • Tatiana Bento Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar; USF Vale do Sorraia
  • Ana Carolina Marques Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia
  • Raquel Paz Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia
  • Raquel Landeiro Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.137

Palavras-chave:

hipertensão arterial, comorbilidades, complicações, doença cardiovascular

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) caracteriza-se por pressão arterial ≥140 mmHg e/ou PA diastólica ≥90 mmHg, tendo uma prevalência de 30-45% e sendo considerada um dos fatores de risco mais frequentes em Portugal. É a principal causa evitável de doença cardiovascular e mortalidade por todas as causas, e fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca (IC), enfarte agudo do miocárdio (EAM), doença renal crónica (DRC), fibrilhação auricular (FA) e doença arterial periférica (DAP). A HTA associa-se frequentemente a outros fatores de risco cardiovascular, como dislipidemia e intolerância à glicose. Assim, considerou-se pertinente avaliar a prevalência de HTA e suas comorbilidades/complicações na unidade de saúde familiar (USF). Objetivo: Avaliar a prevalência do diagnóstico de vários problemas nos doentes com HTA numa USF, como excesso de peso, obesidade, dislipidemia, diabetes mellitus (DM), DRC, tabagismo, IC, FA, EAM, AVC, DAP e perturbação do sono.
Material e Métodos: Estudo observacional descritivo, em utentes inscritos na USF com diagnóstico de HTA em Setembro/2023. Analisaram-se variáveis como sexo, idade e várias comorbilidades (excesso de peso, obesidade, dislipidemia, DM, DRC, tabagismo, IC, FA, EAM, AVC, DAP e perturbação do sono). Os dados foram recolhidos dos programas MIM@UF e SClínico® e analisados no Excel2013®.
Resultados: Obtiveram-se 6671 utentes com o diagnóstico de HTA (34,4% dos utentes da USF), 55,5% (n=3701) do sexo feminino e 44,5% (n=2969) do sexo masculino, com média de idades de 70,1 anos. Destes, 48,5% (n=3234) tem excesso de peso e 33,9% (n=2259) tem obesidade. Como comorbilidades, 64,3% (n=4290) tem dislipidemia, 31,8% (n=2123) DM, 15,9% (n=1059) DRC, 15,2% (n=1016) perturbação do sono, 7,4% (n=492) FA, 6,6% (n=439) tabagismo, 5,3% (n=354) IC e 4,9% (n=324) DAP. Como complicações: EAM em 8,4% (n=562) e AVC em 7,3% (n=487).
Discussão e Conclusão: A maioria dos utentes com HTA tem peso acima do normal e a comorbilidade mais prevalente é dislipidemia. Estes dados apontam para a importância de abordar a implementação de um estilo de vida saudável. Quanto à prevalência de IC, apenas 5% dos hipertensos tem o diagnóstico, no entanto, parece ser um problema subdiagnosticado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Williams B, Mancia G, Spiering W, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for themanagement

of arterial hypertension. Eur Heart J. 4. 2018;39(33):3021-3104. doi:10.1093/eurheartj/ ehy339

Português C DE. HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL International Meeting on Hypertension and 5. Global Cardiovascular Risk SOCIEDADE PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO Portuguese Society of Hypertension 1 3 o. Published online 2019. www.sphta.org.pt

Mills KT, Stefanescu A, He J. The global epidemiology of hypertension. Nat Rev Nephrol.

;16(4):223-237. doi:10.1038/s41581-019- 0244-2

Al Ghorani H, Götzinger F, Böhm M, Mahfoud F. Arterial hypertension – Clinical trials update 2021. Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases. 2022;32(1):21-31. doi:10.1016/j. numecd.2021.09.007

Marques da Silva P, Lima MJ, Neves PM, Espiga de Macedo M. Prevalence of cardiovascular risk factors and other comorbidities in patients with hypertension in Portuguese primary health care populations: The PRECISE study. Revista Portuguesa de Cardiologia. 2019;38(6):427-437. doi:10.1016/j.repc.2018.09.011

Downloads

Publicado

2024-10-18

Como Citar

1.
Bento T, Marques AC, Paz R, Landeiro R. Hipertensão Arterial E Suas Comorbilidades E Complicações Numa USF. RH [Internet]. 18 de Outubro de 2024 [citado 21 de Outubro de 2024];(103):28-31. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/137

Edição

Secção

Artigo Original