POR DETRÁS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL...

Autores

  • Andreia Gi Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar, UCSP Santa Maria II, ULS Nordeste, E.P.E.
  • Susana Mendonça Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar, Categoria: Assistente, UCSP Santa Maria II, ULS Nordeste, E.P.E.
  • Sofia Amado Ferreira Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar, UCSP Santa Maria II, ULS Nordeste, E.P.E.
  • António Gonçalves Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar, Categoria: Assistente Graduado Sénior (Coordenador), UCSP Santa Maria II, ULS Nordeste, E.P.E.

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.140

Palavras-chave:

hipertensão arterial, doença valvular cardíaca

Resumo

Introdução: Perante uma suspeita de hipertensão arterial em adultos jovens, deve-se proceder a uma investigação clínica, laboratorial e imagiológica apropriada, com vista à exclusão de causas secundárias.
Descrição do Caso Clínico: Utente do sexo masculino, 39 anos, recorreu à consulta por episódios recorrentes de pressão arterial elevada em ambulatório com alguns meses de evolução, tendo ido ao serviço de urgência há 2 dias por dor torácica inespecífica, sem critérios de enfarte agudo do miocárdio. Na consulta, encontrava-se assintomático. Como antecedentes pessoais, destacavam-se obesidade e hábitos tabágicos prévios. Não cumpria qualquer medicação habitual. Ao exame físico, no consultório, objetivou-se pressão arterial com valores de 154/63 mmHg e frequência cardíaca de 62 bpm. À auscultação cardíaca, identificou-se um sopro diastólico. Na consulta de reavaliação, o eletrocardiograma de 12 derivações demonstrou hipertrofia ventricular esquerda e a ecocardiografia transtorácica revelou válvula aórtica com alterações estruturais, funcionalmente bicúspide, sem estenose, com insuficiência grave. Face a este resultado, referenciou-se o utente à consulta de cardiologia, onde realizou ecocardiografia transesofágica e angiografia coronária por tomografia computorizada para planeamento de cirurgia, tendo sido submetido a cirurgia de substituição valvular aórtica por prótese mecânica St Jude Regent. Atualmente, com seguimento pelo médico de família, o utente mantém estabilização tensional e fatores de risco cardiovasculares controlados com terapêutica farmacológica.
Conclusão: Apesar da hipertensão arterial ser um epifenómeno neste caso, a sua correta abordagem nos cuidados de saúde primários permitiu o diagnóstico precoce e a intervenção atempada de uma condição, que poderia originar o desenvolvimento de complicações potencialmente fatais.

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Referências

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Publicado

2025-07-12

Como Citar

1.
Gi A, Mendonça S, Amado Ferreira S, Gonçalves A. POR DETRÁS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL. RH [Internet]. 12 de Julho de 2025 [citado 14 de Julho de 2025];(108):24-5. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/140

Edição

Secção

Caso Clínico