MORTALIDADE POR HIPERTENSÃO ESSENCIAL NO BRASIL ENTRE 2015 E 2019 - UMA ANÁLISE DE DADOS DO DATASUS
DOI:
https://doi.org/10.58043/rphrc.15Resumo
Introdução: A hipertensão essencial (HE) é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares (DCVs) no mundo e pode evoluir para doenças crônicas não transmissíveis, o que reduz a qualidade e expectativa de vida dos acometidos.
Objetivo: Expor a mortalidade por HE no Brasil no período compreendido entre 2015 e 2019.
Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e analítico de uma série histórica. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram avaliados os seguintes parâmetros: número absoluto de óbitos, taxa de mortalidade, faixa etária, raça, sexo e local de óbito. Os achados foram apresentados em tabelas e gráficos, de acordo com a estatística descritiva e empregando resultados percentuais. Este estudo não foi apresentado para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que as informações aqui discutidas são de acesso livre online, de interesse e consulta pública.
Resultados: As mortes registradas por HE apresentaram queda nos últimos anos. A taxa de mortalidade média do período foi de 1,64. A região com maior taxa de mortalidade registrada durante o período estudado foi a Nordeste, seguida pela Sudeste, Norte, Centro-Oeste e Sul. Indivíduos da raça indígena e do sexo masculino apresentaram maiores taxas de mortalidade. Observou-se progressão da mortalidade com o aumento da faixa etária.
Conclusão: A caracterização da mortalidade por HE nas diversas regiões do Brasil mostrou predomínio na região Nordeste, em indivíduos das raças indígena e preta, no sexo masculino e em idade igual ou superior a 80 anos. Apesar da queda da mortalidade, verificou-se taxas de mortalidade importantes, o que corrobora a necessidade de medidas mais efetivas de controle e de conscientização da população, principalmente dos grupos mais vulneráveis, acerca da prevenção e dos riscos da HE.
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