Hipertensão Arterial – Vigilância E Rastreio De Lesão De Órgão-Alvo

Autores

  • Tatiana Bento Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar; USF Vale do Sorraia, Portugal
  • Raquel Landeiro Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia, Portugal
  • Ana Carolina Marques Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia, Portugal
  • Raquel Paz Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia, Portugal
  • Mariana Miranda Especialista em MGF; USF Vale do Sorraia, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.153

Palavras-chave:

hypertension, blood pressure, target organ damage, analytical study

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é definida como pressão arterial (PA) sistólica no consultório ≥140 mmHg e/ou PA diastólica ≥90 mmHg. Tem uma prevalência global em adultos de 30-45% e é considerada a principal causa evitável de doença cardiovascular e mortalidade por todas as causas. A HTA pode provocar alterações estruturais ou funcionais em órgãos major, que se denominam lesão de órgão mediada pela HTA (LOMH). Está recomendado realizar investigação de rotina de LOMH em todos os hipertensos através de estudo analítico [hemograma, glicemia em jejum e/ou hemoglobina glicada (HbA1c), ficha lipídica, ionograma, ácido úrico, creatinina, função hepática, ratio albumina/creatinina] e eletrocardiograma.
Objetivo: Avaliar a prevalência de doentes com diagnóstico de hipertensão arterial de uma unidade de saúde familiar (USF) com avaliação de PA sistólica e diastólica, índice de massa corporal (IMC) e estudo analítico.
Materiais e Métodos: Estudo observacional descritivo transversal, em utentes inscritos na USF com diagnóstico de HTA em Setembro/2023. Analisaram-se variáveis como o sexo, idade, PA sistólica e diastólica, IMC, creatinina, microalbuminúria, colesterol total, colesterol low-density lipoprotein (LDL), colesterol high-density lipoprotein (HDL), triglicéridos e HbA1c com resultado em 2022/2023. Os dados foram recolhidos dos programas MIM@UF e SClínico® e analisados no Excel2013®.
Resultados: Obtiveram-se 6671 utentes com o diagnóstico de HTA, 55,5% (n=3702) do sexo feminino, com média de idades de 70,1 anos. Destes, 96,2% (n=6417) tinha avaliação de PA sistólica e diastólica, e 88,2% (n=5881) tinha avaliação de IMC. Quanto à avaliação laboratorial, 85,6% (n=5710) tinha registo de colesterol LDL, 88,9% (n=5928) de colesterol total, 87,2% (n=5814) de colesterol HDL, 87,3% (n=5824) de triglicéridos, 87,9% (n=5866) de creatinina, 65,5% (n=4367) de microalbuminúria e 43,8% (n=2920) de HbA1c.
Discussão e Conclusão: Verificou-se que 34,4% dos utentes da USF tem diagnóstico de HTA, sendo que a maioria realizou a investigação considerada necessária. A PA foi avaliada em mais utentes do que o IMC, pelo que será importante reforçar este parâmetro, para melhor controlo deste fator de risco. Quanto ao estudo laboratorial, a microalbuminúria foi a análise menos realizada.

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Referências

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Publicado

2025-01-27

Como Citar

1.
Bento T, Landeiro R, Marques AC, Paz R, Miranda M. Hipertensão Arterial – Vigilância E Rastreio De Lesão De Órgão-Alvo. RH [Internet]. 27 de Janeiro de 2025 [citado 22 de Fevereiro de 2025];(105):8-12. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/153

Edição

Secção

Artigo Original