HIPERTENSÃO E POLIMEDICAÇÃO: UMA EPIDEMIA A CONTROLAR

Autores

  • João Lázaro Mendes Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Viseu, Portugal
  • Tânia Batista Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Viseu, Portugal
  • Paula Manuel Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Viseu, Portugal
  • Ana Lemos Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Viseu, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.16

Resumo

Introdução: A falta de adesão terapêutica é um problema comum nos doentes hipertensos, resultando em eventos cardiovasculares potencialmente evitáveis. Assim, é premente identificar as causas e áreas de atuação passíveis de melhorias. Métodos: Obteve-se uma amostra aleatória de 178 doentes internados em enfermaria de medicina interna ao longo de um ano. Em relação a cada um destes recolheu-se informação relativa à idade, ao sexo, à existência de diagnóstico prévio de hipertensão arterial e à realização de polimedicação em ambulatório, sendo esta definida pela toma de 5 ou mais compostos medicamentosos.

Resultados: Encontrámos um elevado número de doentes hipertensos, 110 casos, correspondendo a 61,8% do total da amostra. Além disso, constatamos a existência de uma relação estatisticamente significativa – teste de qui-quadrado de Pearson com significância de 0,005 – entre a hipertensão e polimedicação.

Discussão: Na análise de uma amostra composta por doentes com múltiplas comorbilidades e polimedicação constatámos que a hipertensão apresenta um impacto particularmente significativo nessa associação. As associações medicamentosas nestes doentes podem contribuir para diminuir a complexidade terapêutica e aumentar adesão, para além dos benefícios fisiológicas das mesmas.

Conclusão: A polimedicação é um problema comum dos doentes hipertensos. As associações medicamentosas estabelecidas ad initium, tal como recomendado pelas guidelines mais recentes, podem contribuir para a simplificação e adesão terapêutica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Tomaszewski M, White C, Patel P, Masca N, Damani R, Hepworth J, et al. High rates of non-adherence to antihypertensive treatment revealed by high-performance liquid chromatography-tandem mass spectrometry (HP LC- MS/MS) urine analysis. Heart. 2014;100(11):855-61.

Mazzaglia G, Ambrosioni E, Alacqua M, Filippi A, Sessa E, Immordino V, et al. Adherence to Antihypertensive Medications and Cardiovascular Morbidity Among Newly Diagnosed Hypertensive Patients. Circulation. 2009;120(16):1598-605.

Abegaz TM, Shehab A, Gebreyohannes EA, Bhagavathula AS, Elnour AA. Nonadherence to antihypertensive drugs: A systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2017;96(4):e5641-e.

Rahmawati R, Bajorek BV. Self-medication among people living with hypertension: a review. Fam Pract. 2017;34(2):147- 53.

Conn VS, Ruppar TM, Chase JA, Enriquez M, Cooper PS. Interventions to Improve Medication Adherence in Hypertensive Patients: Systematic Review and Meta-analysis. Curr Hypertens Rep. 2015;17(12):94.

Williams B, Mancia G, Spiering W, Agabiti Rosei E, Azizi M, Burnier M, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension: The Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Society of Hypertension (ESH). European Heart Journal. 2018;39(33):3021-104.

Chow CK, Teo KK, Rangarajan S, Islam S, Gupta R, Avezum A, et al. Prevalence, Awareness, Treatment, and Control of Hypertension in Rural and Urban Communities in High-, Middle-, and Low-Income Countries. Jama. 2013;310(9):959-68.

Cutler RL, Fernandez-Llimos F, Frommer M, Benrimoj C, Garcia-Cardenas V. Economic impact of medication non- adherence by disease groups: a systematic review. BMJ Open. 2018;8(1):e016982.

E S. Adherence to long-term therapies: evidence for action. Geneva: World Health Organization. ; 2003.

Unger T, Borghi C, Charchar F, Khan NA, Poulter NR, Prabhakaran D, et al. 2020 International Society of Hypertension Global Hypertension Practice Guidelines. Hypertension. 2020;75(6):1334-57.

Herrera PA, Moncada L, Defey D. Understanding Non-Adherence From the Inside: Hypertensive Patients’ Motivations for Adhering and Not Adhering. Qual Health Res. 2017;27(7):1023-34.

Webster R, Salam A, de Silva HA, Selak V, Stepien S, Rajapakse S, et al. Fixed Low-Dose Triple Combination Antihypertensive Medication vs Usual Care for Blood Pressure Control in Patients With Mild to Moderate Hypertension in Sri Lanka: A Randomized Clinical Trial. Jama. 2018;320(6):566-79.

Downloads

Publicado

2022-05-14

Como Citar

1.
Lázaro Mendes J, Batista T, Manuel P, Lemos A. HIPERTENSÃO E POLIMEDICAÇÃO: UMA EPIDEMIA A CONTROLAR. RH [Internet]. 14 de Maio de 2022 [citado 26 de Abril de 2024];(88):16-9. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/16

Edição

Secção

Artigo Original