MAPA NA USF – REALIDADE DIAGNÓSTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Autores

  • Gil Paz Unidade de Saúde Familiar São Julião da Figueira
  • Ana Marta Martinho Unidade de Saúde Familiar São Julião da Figueira
  • Bárbara Gomes Unidade de Saúde Familiar São Julião da Figueira
  • Ana Sofia Bento Unidade de Saúde Familiar São Julião da Figueira

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.3

Resumo

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) está associada a elevada morbimortalidade, sendo a sua prevalência estimada em Portugal de 29,1%. Os valores de Pressão Arterial (PA) do consultório e em ambulatório são essenciais para o diagnóstico. O Monitorização da Pressão Arterial em Ambulatório (MAPA) de 24h apresenta-se como uma opção de referência, sendo umas das vantagens a identificação da HTA de bata branca e mascarada. Contudo, este exame é de limitado acesso em Cuidados de Saúde Primários (CSP). A Unidade de Saúde Familiar (USF) São Julião adquiriu um equipamento e iniciou a realização deste exame de maneira gratuita.

Objetivos: Determinar o perfil de resultados e diagnósticos obtidos após a realização do MAPA.

Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. Recolheram-se dados das entrevistas relacionadas com o MAPA na USF São Julião durante 2019. De acordo com a existência de terapêutica anti-hipertensiva, analisamos os valores de PA no consultório e do MAPA, efectuando o diagnóstico com base nas guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão.

Resultados: De 46 MAPA foram incluídos 43 exames válidos. Dos 21 MAPA realizados a utentes sem terapêutica anti-hipertensiva identificamos 90,5% de HTA e 9,5% de normotensos. Nos utentes com HTA, a maioria apresentou HTA Sustentada (63,5%), 21,1% HTA de Bata Branca e 15,7% de HTA Mascarada. Nos utentes com terapêutica anti-hipertensiva, verificou-se que cerca de 68,2% HTA não controlada. Destes 46,6% tinham HTA de Bata Branca não controlada, 26,7% HTA mascarada não controlada e 26,7% HTA sustentada não controlada.

Discussão: A população estudada apresentou uma prevalência significativa de HTA de bata branca e HTA mascarada, em utentes com ou sem tratamento anti-hipertensivo, semelhante a outros estudos. Estes dados poderão influenciar a prática clínica e demonstram a mais- valia do acesso a MAPA em CSP.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Stanaway JD, Afshin A, Gakidou E, Lim SS, Abate D, Abate KH, et al. Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. The Lancet. Novembro de 2018;392(10159):1923–94.

Wilson PWF. Established Risk Factors and Coronary Artery Disease: The Framingham Study. Am J Hypertens. Julho de 1994;7(7_Pt_2):7S-12S.

Lawes CM, Hoorn SV, Rodgers A. Global burden of blood-pressure-related disease, 2001. The Lancet. Maio de 2008;371(9623):1513–8.

Macedo ME, Ferreira RC. A Hipertensão Arterial nos Cuidados de Saúde Primários, em Portugal: contibuto para o conhecimento epidemiológico da população em 2013. Revista de Factores de Risco. 2015;(36):47–56.

Mancia G, Rosei EA, Azizi M, Burnier M, Clement DL, Coca A, et al. 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension.

;98.

Piper MA, Evans CV, Burda BU, Margolis KL, O’Connor E, Whitlock EP. Diagnostic and Predictive Accuracy of Blood Pressure Screening Methods With Consideration of Rescreening Intervals: A Systematic Review for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med. 3 de Fevereiro de 2015;162(3):192.

Hinneburg I. [Common errors in blood pressure monitoring]. Med Monatsschr Pharm. Setembro de 2013;36(9):320–3.

Mesquita-Bastos J, Bertoquini S, Polónia J. Cardiovascular prognostic value of ambulatory blood pressure monitoring in a Portuguese hypertensive population followed up for 8.2 years: Blood Press Monit. Outubro de 2010;15(5):240–6.

Salles GF, Leite NC, Pereira BB, Nascimento EM, Cardoso CRL. Prognostic impact of clinic and ambulatory blood pressure components in high-risk type 2 diabetic patients: the Rio de Janeiro Type 2 Diabetes Cohort Study. J Hypertens. Novembro de 2013;31(11):2176–86.

Dolan E, Stanton A, Thijs L, Hinedi K, Atkins N, McClory S, et al. Superiority of Ambulatory Over Clinic Blood Pressure Measurement in Predicting Mortality: The Dublin Outcome Study. Hypertension. Julho de 2005;46(1):156–61.

Yang W-Y, Melgarejo JD, Thijs L, Zhang Z-Y, Boggia J, Wei F-F, et al. Association of Office and Ambulatory Blood Pressure With Mortality and Cardiovascular Outcomes. JAMA. 6 de Agosto de 2019;322(5):409.

Banegas JR, Ruilope LM, de la Sierra A, Vinyoles E, Gorostidi M, de la Cruz JJ, et al. Relationship between Clinic and Ambulatory Blood- Pressure Measurements and Mortality. N Engl J Med. 19 de Abril de 2018;378(16):1509–20.

Fagard RH, Cornelissen VA. Incidence of cardiovascular events in white- coat, masked and sustained hypertension versus true normotension: a meta-analysis: J Hypertens. Novembro de 2007;25(11):2193–8.

Franklin SS, Thijs L, Hansen TW, Li Y, Boggia J, Kikuya M, et al. Significance of White-Coat Hypertension in Older Persons With Isolated Systolic Hypertension: A Meta-Analysis Using the International Database on Ambulatory Blood Pressure Monitoring in Relation to Cardiovascular Outcomes Population. Hypertension. Março de 2012;59(3):564–71.

Mancia G, Verdecchia P. Clinical Value of Ambulatory Blood Pressure: Evidence and Limits. Circ Res. 13 de Março de 2015;116(6):1034–45.

O’Brien E, Asmar R, Beilin L, Imai Y, Mallion J-M, Mancia G, et al. European Society of Hypertension recommendations for conventional, ambulatory and home blood pressure measurement: J Hypertens. Maio de 2003;21(5):821–48.

de Greeff A, Shennan AH. Validation of the Spacelabs 90227 OnTrak device according to the European and British Hypertension Societies as well as the American protocols: Blood Press Monit. Dezembro de 2019;1.

Parati G, Stergiou G, O’Brien E, Asmar R, Beilin L, Bilo G, et al. European Society of Hypertension practice guidelines for ambulatory blood pressure monitoring: J Hypertens. Julho de 2014;32(7):1359–66.

Grin JM. Management of Hypertension after Ambulatory Blood Pressure Monitoring. Ann Intern Med. 1 de Junho de 1993;118(11):833.

Krakoff LR, Eison H, Phillips RH, Leiman SJ, Steven Lev. Effect of ambulatory blood pressure monitoring on the diagnosis and cost of treatment for mild hypertension. Am Heart J. Outubro de 1988;116(4):1152–4.

Krakoff LR. Cost-Effectiveness of Ambulatory Blood Pressure: A Reanalysis. Hypertension. Janeiro de 2006;47(1):29–34.

Downloads

Publicado

2022-05-10

Como Citar

1.
Paz G, Martinho AM, Gomes B, Bento AS. MAPA NA USF – REALIDADE DIAGNÓSTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL. RH [Internet]. 10 de Maio de 2022 [citado 28 de Março de 2024];(87):8-13. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/3

Edição

Secção

Artigo Original