MAPA NA USF – REALIDADE DIAGNÓSTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
DOI:
https://doi.org/10.58043/rphrc.3Resumo
Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) está associada a elevada morbimortalidade, sendo a sua prevalência estimada em Portugal de 29,1%. Os valores de Pressão Arterial (PA) do consultório e em ambulatório são essenciais para o diagnóstico. O Monitorização da Pressão Arterial em Ambulatório (MAPA) de 24h apresenta-se como uma opção de referência, sendo umas das vantagens a identificação da HTA de bata branca e mascarada. Contudo, este exame é de limitado acesso em Cuidados de Saúde Primários (CSP). A Unidade de Saúde Familiar (USF) São Julião adquiriu um equipamento e iniciou a realização deste exame de maneira gratuita.
Objetivos: Determinar o perfil de resultados e diagnósticos obtidos após a realização do MAPA.
Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. Recolheram-se dados das entrevistas relacionadas com o MAPA na USF São Julião durante 2019. De acordo com a existência de terapêutica anti-hipertensiva, analisamos os valores de PA no consultório e do MAPA, efectuando o diagnóstico com base nas guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão.
Resultados: De 46 MAPA foram incluídos 43 exames válidos. Dos 21 MAPA realizados a utentes sem terapêutica anti-hipertensiva identificamos 90,5% de HTA e 9,5% de normotensos. Nos utentes com HTA, a maioria apresentou HTA Sustentada (63,5%), 21,1% HTA de Bata Branca e 15,7% de HTA Mascarada. Nos utentes com terapêutica anti-hipertensiva, verificou-se que cerca de 68,2% HTA não controlada. Destes 46,6% tinham HTA de Bata Branca não controlada, 26,7% HTA mascarada não controlada e 26,7% HTA sustentada não controlada.
Discussão: A população estudada apresentou uma prevalência significativa de HTA de bata branca e HTA mascarada, em utentes com ou sem tratamento anti-hipertensivo, semelhante a outros estudos. Estes dados poderão influenciar a prática clínica e demonstram a mais- valia do acesso a MAPA em CSP.
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