SÍNDROME DE FRAGILIDADE EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: SERÁ A HIPERTENSÃO UM FATOR PROTETOR?
DOI:
https://doi.org/10.58043/rphrc.31Palavras-chave:
idosos, hipertensão, fragilidadeResumo
Introdução: Os idosos portugueses apresentam uma prevalência elevada de doenças crónicas, como a hipertensão arterial. A fragilidade é uma síndrome multidimensional em que se reconhece um estado de extrema vulnerabilidade a fatores endógenos e exógenos, devido a declínios cumulativos associados ao processo de envelhecimento, potencialmente culminando na dependência total do indivíduo. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma associação entre a presença de hipertensão e a presença de síndrome de fragilidade em idosos institucionalizados.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal para o qual foram convidadas a participar pessoas idosas institucionalizadas em duas instituições do distrito de Leiria. Foram recolhidos dados demográficos e história clínica. A presença de síndrome de fragilidade foi avaliada utilizando o Fenótipo de Fragilidade de Fried. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do Centro Académico de Medicina de Lisboa. Todos os indivíduos ou tutores legais deram consentimento informado escrito para a participação.
Resultados: A amostra deste estudo foi constituída por 147 idosos, maioritariamente do género feminino (63,2%), com idades compreendidas entre os 63 e os 103 anos (média 82,6; DP 8,6 anos). Foi identificada hipertensão em 59,6% dos indivíduos. Foram diagnosticados como frágeis 41,5%. Foram encontradas em simultâneo fragilidade e hipertensão em 42,5% dos indivíduos. Não foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre a presença de hipertensão e a presença de fragilidade.
Conclusão: Neste estudo, os idosos institucionalizados apresentaram uma elevada prevalência de hipertensão arterial e fragilidade. A possível influência da síndrome de fragilidade no risco-benefício do tratamento da hipertensão, para além da sua elevada prevalência em idosos institucionalizados, enfatiza a importância de avaliar a presença desta condição em indivíduos hipertensos.
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