OUTROS FATORES DE RISCO VASCULAR NUMA CONSULTA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL - CASUÍSTICA EM 5 ANOS (2014 A 2018) DE UMA UNIDADE HOSPITALAR

Autores

  • André Matos Gonçalves Interno de Formação Específica de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Rita Serejo Portugal Interna de Formação Específica de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Marisa Roldão Interna de Formação Específica de Nefrologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Maria Helena F. Silva Interna de Formação Específica de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Ana Rita Sanches Assistente Hospitalar de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Sónia Cunha Martins Assistente Hospitalar de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal
  • Margarida Sousa Carvalho Assistente Graduada de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Torres Novas, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.39

Palavras-chave:

hipertensão, fatores de risco vascular, doença vascular

Resumo

Introdução: A avaliação da hipertensão arterial (HTA), de acordo com as últimas recomendações da Sociedade Europeia de Hipertensão, deixou de se basear somente nos valores de Pressão Arterial (PA), mas também na presença de outros fatores de risco vascular.

Objetivo: É objetivo deste trabalho avaliar a prevalência dos principais fatores de risco vascular dos doentes com HTA seguidos em consulta de Medicina Interna (Consulta de HTA) de uma Unidade Hospitalar.

Métodos: Estudo retrospetivo tendo por base a consulta do processo clínico dos doentes com o diagnóstico de HTA seguidos durante o intervalo de tempo decorrido entre os anos 2014-2018 numa Consulta de Medicina Interna (Consulta de HTA) de uma Unidade Hospitalar.

Resultados: A amostra total deste estudo foi de 318 doentes com o diagnóstico de HTA, sendo o sexo feminino (66%, n=211) o mais acometido, quando comparado com o sexo masculino (34%, n=107). A média das idades é de 65 anos (desvio padrão 16,3), sendo a faixa etária mais afetada dos 65 aos 84 anos de idade, com 42% dos doentes. Os fatores de risco vascular mais prevalentes são a obesidade e a dislipidemia, presentes em praticamente 63% (n=200) e 61% (n=195) dos doentes, respetivamente. Quanto ao peso, a maior parte dos doentes apresentam excesso de peso (29%, n=93), salientando que apenas 4% (n=13) se inserem na categoria de obesidade mórbida, com Índice de Massa Corporal > 40. No que à dislipidemia diz respeito, a maior parte dos doentes (34%, n=109) apresenta apenas hipercolesterolemia, enquanto que 22% (n=69) apresentam dislipidemia mista. Referir também, que 22% (n=70) dos doentes apresentam patologia diabética e 25% (n=79) apresentam hiperuricemia. De salientar ainda que apenas 11% (n=34) dos doentes apresentam a hipertensão arterial como único fator de risco vascular.

Discussão/Conclusão: Este estudo permitiu um conhecimento mais aprofundado da realidade em 5 anos de uma Consulta de HTA de uma Unidade Hospitalar, no que diz respeito à prevalência de outros fatores de risco vascular. Isto representa uma grande vantagem, pois o reconhecimento destes fatores de risco, para os quais deveremos estar cada vez mais sensibilizados, permite-nos uma maior assertividade terapêutica, insistindo na sua prevenção primária de forma eficaz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Tu JV. Reducing the global burden of stroke: INTERSTROKE. Lancet, 376 (2010), pp. 74-75

GBD 2015 Risk Factors Collaborators. Global, regional, and national comparative risk assessment of 79 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks, 1990‐2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016; 388(10053): 1659‐1724. doi: 10.1016/S0140‐6736(16)31679‐8.

Rocha E. The global burden of disease: an information resource for policy‐making and evaluation of health interventions. Rev Port Cardiol., 36 (2017), pp. 283-285

Direção‐Geral da Saúde. Direção de Serviços de Informação e Análise. A Saúde dos Portugueses 2016. Lisboa: DGS, 2017.

Kannel WB et al. Risk stratification in hypertension: new insights from the Framingham Study. Am J Hypertens., 13 (2000), pp. 3S-10S.

Wermelt, J.A., Schunkert, H. Management der arteriellen Hypertonie. Herz 42, 515–526 (2017). https://doi.org/10.1007/ s00059-017-4574-1.

Polonia J, Martins L, Pinto F, Nazaré J. Prevalence, awareness, treatment and control of hypertension and salt intake in Portugal: changes over a decade.The PHYSA study. J Hypertens 32:1211– 1221.

Gomes, A., Coelho, P., & Pereira, A. (2012). Prevalência de

Hipertensão Arterial na população adulta do concelho da Covilhã. Sociedade Portuguesa de Hipertensão, 32, 6-16.

A.Laucevičius,E.Rinkūnienė,Z.Petrulionienė,et al.Prevalence of high‐risk profile in middle‐aged subjects with arterial hypertension: a nationwide survey. Blood Press., 23 (2014), pp. 281-287.

G. Mancia, R. Fagard, K. Narkiewicz. et al., 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). J Hypertens., 31 (2013 Jul), pp. 1281-1357.

Marques da Silva P, Lima M.J, Neves P, Macedo M. Prevalência de fatores de risco cardiovascular e outras comorbilidades em doentes com hipertensão arterial assistidos nos cuidados de saúde primários: estudo Precise. Rev Port Cardiol.(2019);38(6):427-437.

M.F. Piepoli, A.W. Hoes, S. Agewall, et al. 2016 European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice: The Sixth Joint Task Force of the European Society of Cardiology and Other Societies on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice (constituted by representatives of 10 societies and by invited experts). Developed with the special contribution of the European Association for Cardiovascular Prevention & Rehabilitation (EACPR). Eur Heart J., 37 (2016), pp. 2315-2381.

D. Cooney, K. Pascuzzi. Polypharmacy in the elderly: focus on drug interactions and adherence in hypertension. Clin Geriatr Med, 25 (2009), pp. 221-233.

Downloads

Publicado

2022-06-04

Como Citar

1.
Matos Gonçalves A, Serejo Portugal R, Roldão M, F. Silva MH, Sanches AR, Cunha Martins S, Sousa Carvalho M. OUTROS FATORES DE RISCO VASCULAR NUMA CONSULTA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL - CASUÍSTICA EM 5 ANOS (2014 A 2018) DE UMA UNIDADE HOSPITALAR. RH [Internet]. 4 de Junho de 2022 [citado 26 de Abril de 2024];(81):19-26. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/39

Edição

Secção

Artigo Original