A DISFUNÇÃO ERÉTIL COMO INDICADOR DE PATOLOGIA CARDIOVASCULAR

Autores

  • Beatriz Frias Lopes Mestre; Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego – ACeS Baixo Mondego
  • Manuel Malheiro Lopes Mestre; Médico Interno de Urologia, Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
  • Jéssica Peres Mestre; Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego – ACeS Baixo Mondego
  • Maria Inês Queiroz Gonçalves Mestre; Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego – ACeS Baixo Mondego
  • Tânia Caseiro Mestre; Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego – ACeS Baixo Mondego
  • Miguel Pereira Mestre; Assistente Graduado em Medicina Geral e Familiar, USF Mondego – ACeS Baixo Mondego

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.45

Resumo

Introdução: Estima-se que a doença aterosclerótica cause 40% dos casos de Disfunção Erétil em homens com mais de 50 anos, sendo a perfusão peniana deficitária parte de um processo aterosclerótico sistémico. Há ainda evidência de que a Disfunção Erétil seja independentemente e significativamente associada a doença cardiovascular, sendo consequência de patologia vascular periférica multiorgânica e preditora de patologia cardiovascular.

Objetivo: avaliar os fatores de risco cardiovascular em indivíduos do sexo masculino de uma Unidade de Saúde Familiar com o diagnóstico de Disfunção Erétil.

Metodologia: estudo observacional e descritivo, realizado em utentes de uma Unidade de Saúde Familiar do sexo masculino com Disfunção Erétil como problema ativo até abril de 2020. Os dados foram colhidos em junho de 2020 através do SClinico® e MIM@uf e o seu tratamento foi realizado em Excel®.

Resultados: Foram identificados 123 homens com Disfunção Erétil com uma idade média de 62.88 ±11.6 anos, todos eles com pelo menos um fator de risco cardiovascular, independentemente da sua idade. A prevalência dos diferentes fatores de risco cardiovascular avaliados foi superior nesta amostra comparativamente com a sua prevalência na população portuguesa em geral. Além disso, grande parte tem Diabetes Mellitus mal controlada, sendo que 43% têm valores superiores a 7%, e 92.2% tem valores de LDL acima recomendado. A maioria dos homens incluídos no estudo têm um risco cardiovascular intermédio ou alto (54%).

Conclusão: Sabendo que a Disfunção Erétil pode ser um marcador precoce de disfunção endotelial sistémica, torna-se clara a importância do seu diagnóstico ao nível dos Cuidados de Saúde Primários. Intervir na saúde sexual do homem - que é um indicador do seu estado de saúde global - melhora consequentemente a sua qualidade de vida.

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Referências

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Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP; “Prevalência de fatores de risco cardiovascular na população portuguesa” – e_COR; 2019.

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Publicado

2022-06-26

Como Citar

1.
Frias Lopes B, Malheiro Lopes M, Peres J, Queiroz Gonçalves MI, Caseiro T, Pereira M. A DISFUNÇÃO ERÉTIL COMO INDICADOR DE PATOLOGIA CARDIOVASCULAR. RH [Internet]. 26 de Junho de 2022 [citado 21 de Dezembro de 2024];(89):18-20. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/45

Edição

Secção

Artigo Original