HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL – O CUSTO DO CONTROLO

Autores

  • Taciana Augusta Serra Lopes Pinto Santos Aluna do 6o ano do Mestrado Integrado em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal
  • António Cruz Ferreira Assistente de MGF; USF Mealhada; Assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Clínica Universitária de Medicina Geral e Familiar da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
  • Luíz Miguel Santiago Professor Associado com Agregação na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Clínica Universitária de Medicina Geral e Familiar na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Consultor, Assistente Graduado Sénior em Medicina Geral e Familiar. https://orcid.org/0000-0002-9343-2827

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.51

Palavras-chave:

hipertensão arterial, custos, controlo, terapêutica, gestão da doença, medicina, economia

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) apresenta uma crescente prevalência mundial. Em Portugal tem uma prevalência de 36% e é a principal causa de morte. O controlo adequado é o melhor método na redução deste problema. Efetuou-se estudo para analisar o custo do tratamento da HTA, percebendo as diferenças entre doentes com e sem controlo. Adicionalmente, avaliaram-se assimetrias regionais, quanto ao cumprimento do cenário ideal: o melhor controlo da doença, pelo menor custo possível, no ambiente dos Cuidados de Saúde Primários.

Métodos: Realizou-se estudo observacional pela recolha de dados públicos na plataforma “Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários”. Compararam-se dois indicadores: 352 – Custo com terapêutica do doente com Hipertensão Arterial e 353 – Custo com terapêutica do doente com Hipertensão Arterial controlada. Foi estudado o censo dos resultados nos anos de 2017 e 2018, no mês de Dezembro, em indicador flutuante e, para cada região de Saúde, numa amostra significativa e representativa dos ACeS. Realizou-se estatística paramétrica dada a normalidade dos dados: teste T de Student e ANOVA, definindo-se significado estatístico com p=0,001.

Resultados: Em cada ano houve uma diferença significativa entre os dois indicadores, sendo o valor mais elevado na situação de controlo. O custo da terapêutica num doente com HTA controlada é significativamente maior do que na situação não controlada. Em €, em 2017, 78,14±7,98 vs. 90,05±9,12, com p<0,001; em 2018, 82,99±8,93 vs. 95,74±9,39, com p<0,001. No ano de 2018, mas não no de 2017, verificou-se diferença significativa no valor da HTA controlada por regiões, sendo mais elevado o valor no Alentejo, seguido de Centro e Algarve. Opondo-se, como de menor custo, ficaram as regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo.

Discussão: Como o controlo da HTA apresenta um custo mais elevado, implica ponderar se as medidas não farmacológicas são insuficientes e/ou pouco valorizadas e implementadas na sociedade. Sendo os indicadores construídos em função do prescrito e não do comprado, as diferenças socioeconómicas podem ser um entrave à compra da medicação, que poderá não ser cumprida. As diferenças regionais poderão ser explicadas pelos contrastes de escolaridade, poder financeiro e distribuição do acesso e tipo de cuidados de saúde primários, bem como da idade e polifarmacoterapia.

Conclusão: O custo da terapêutica da HTA controlada é significativamente maior que o da HTA não controlada. As diferenças regionais devem ser alvo da atenção de entidades competentes para a sua modificação.

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Referências

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Publicado

2023-02-13

Como Citar

1.
Serra Lopes Pinto Santos TA, Cruz Ferreira A, Santiago LM. HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL – O CUSTO DO CONTROLO. RH [Internet]. 13 de Fevereiro de 2023 [citado 7 de Outubro de 2024];(90):20-8. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/51

Edição

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Artigo Original