AJUSTE DE ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS À FUNÇÃO RENAL NA FIBRILHAÇÃO E FLUTTER AURICULAR
DOI:
https://doi.org/10.58043/rphrc.55Palavras-chave:
Anticoagulantes, taxa de filtração glomerular, fibrilhação auricular, flutter auricularResumo
Introdução: A fibrilhação e o flutter auricular são taquiarritmias frequentes, cuja terapêutica anticoagulante depende do ajuste à função renal. O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação da prescrição de anticoagulantes orais diretos em adultos com estas patologias.
Métodos: Realizámos um estudo observacional transversal em 5 unidades de saúde familiar. Incluímos adultos com fibrilhação ou flutter auricular, taxa de filtração glomerular inferior a 50 mL/min, medicados com um anticoagulante oral direto e com registo de peso e creatinina entre junho de 2020 e maio de 2021. Calculámos a taxa de filtração glomerular através da fórmula Cockcroft-Gault e avaliámos a adequação terapêutica de acordo com o Resumo das Características do Medicamento. Realizámos uma análise descritiva da população e uma análise da associação entre a adequação terapêutica e as características dos doentes, assim como com os fármacos prescritos.
Resultados: Dos 95 utentes, 43 (45,3%) eram do sexo masculino, com idade média de 83 anos. Identificámos 46 (48,4%) com prescrição inadequada, dos quais 43 (45,3%) possuíam uma posologia incorreta e 3 (3,2%) apresentavam contraindicação para anticoagulante oral direto. Não verificámos uma associação entre a adequação da prescrição terapêutica e as caraterísticas dos doentes, nem com o fármaco utilizado.
Discussão: A prescrição de anticoagulantes orais diretos não ajustada à função renal parece ser elevada, colocando em risco a eficácia e a segurança destes fármacos. A determinação da taxa de filtração glomerular é imprescindível para uma prescrição adequada de anticoagulantes orais diretos em doentes com fibrilhação ou flutter auricular.
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