Prevalência De Diabéticos Que Atingem Alvos Terapêuticos Nos Diferentes Fatores De Risco - A Realidade De Uma Lista

Resumo

Introdução: Atualmente sabe-se o papel fundamental que o controlo da HbA1c e da pressão arterial têm para reduzir complicações microvasculares na DM. A otimização do perfil tensional e da dislipidemia reduz o aparecimento de DCV, uma das principais causas de morte em diabéticos.
Objetivo: Determinar a prevalência de utentes diabéticos que, no ano de 2021, atingiram alvos terapêuticos nos diferentes fatores de risco, de acordo com o seu RCVG (risco cardiovascular global).

Tipo de estudo: Estudo observacional retrospetivo analítico.
Metodologia: Inclusão de utentes com Diabetes Mellitus (DM) com ≥20 anos inscritos e frequentadores de uma lista, com consulta entre janeiro e outubro de 2021. Os valores de PA utilizados resultaram da média dos 2 últimos registos no SClínico®, medidos em consulta presencial, com esfigmomanómetro automático calibrado e validado. Registos clínicos: perfil lipídico, HbA1c e RCV calculado na última consulta.
Resultados: Inclusão de 92 utentes dos quais 52,2% mulheres e 47,8% homens. As idades variaram entre 53 e 94 anos, sendo a média de idades 72 anos. Apenas 57,6% apresentava bom controlo glicémico (A) e dos valores de PA (B), apenas 55,8% dos indivíduos com RCV alto e 44,9% dos com RCV muito alto, tinham valores dentro do alvo. Verificou-se maior controlo do CT (C) (90,7%), LDL (46,5%) e TRG (74,4%) nos diabéticos com RCV alto, comparativamente aos indivíduos com RCV muito alto (75,5%; 22,4% e 57,1% respetivamente). Verificamos uma maior prevalência de indivíduos a cumprir os critérios ABC, 25,0% (n=23), comparativamente ao estudo STARK (2010), em que 18,8% cumpriam alvos de acordo com a American Diabetes Association(ADA). Definindo valores alvo atuais, recomendações da ESC 2021, apenas 16,3% (n=15) cumpriram os critérios ABC.
Conclusão: As taxas de controle dos Diabéticos, continua aquém do esperado, apesar do progresso na vigilância e controle destes utentes nas últimas décadas. Continua a ser necessário um maior investimento em estratégias de prevenção, controlo dos FRCV e intervenção farmacológica mais precoce e intensiva para prevenir e/ou atrasar as complicações da DM.