CAPACITAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA DOS DOENTES HIPERTENSOS SEGUIDOS NOS CENTROS DE SAÚDE NA CIDADE DA PRAIA EM CABO VERDE

Autores

  • Aline Dos Reis Fernandes Mestrado Integrado em Medicina, Universidade de Cabo Verde/Universidade de Coimbra, Portugal
  • José Augusto Simões Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Portugal
  • Luiz Miguel Santiago Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.88

Palavras-chave:

Hipertensão arterial, capacitação, qualidade de vida, informação, médico, doentes

Resumo

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) é considerada um grave problema de Saúde Pública por estar associada ao aparecimento de nefastas consequências em saúde que constituem a principal causa de morte em Cabo Verde. Tendo em vista a sua repercussão negativa na saúde das populações existe a necessidade de os doentes hipertensos serem capacitados, apresentarem uma elevada adesão à terapêutica e atingirem o controlo da tensão arterial para terem uma boa qualidade de vida.

Objetivos: Avaliar a capacitacão e a qualidade de vida dos doentes sofrendo de Hipertensão Arterial seguidos nos Centros de Saúde da cidade da Praia e comparar a capacitação dos doentes que sofrem de hipertensão arterial com a perspetiva dos Médicos, na consulta de controlo da Hipertensão Arterial.
Metodologia: Estudo observacional, transversal em amostra quasi-aleatória de doentes hipertensos seguidos nos 5 Centros de Saúde da cidade da Praia, Cabo Verde, sendo aplicados o questionário CapHTA para pacientes e para médicos e o questionário EQ-5D em amostra de tamanho mínimo calculado para representatividade.

Resultados: Foi estudada uma amostra de 110 pacientes hipertensos, predominantemente do sexo feminino, n=74 (67.3%), com idade média 59.4+/-11.4 e com baixa formação académica. Para 74.3% dos pacientes verificou-se a noção de ter a Pressão Arterial (PA) controlada não se verificando diferenças significativas entre tal julgado controlo e o resultado global da escala CapHTA para pacientes e a idade. Verificam-se piores resultados quanto ao tempo de atuação e eliminação do fármaco e possíveis interações medicamentosas na diminuição do efeito anti-hipertensores.Verificou-se correlação forte negativa e significativa entre a escala CapHTA para pacientes e CapHTA para médicos (p=-0.863, p<0.001) e correlação forte positiva e significativa entre a escala CapHTA para pacientes e a escala EQ-5D sobre a qualidade de vida (p=0,887, p<0.001).

Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem a importâcia de os médicos capacitarem os pacientes para o controlo da doença, verificado e corrigindo regularmente conhecimentos.Os médicos devem utilizar em cada consulta o modelo de ́ ́teach-back ́ ́ ao verificar-se que a informação sobre a Hipertensão Arterial e sua terapêutica é escassa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Williams, B., Mancia, G., Spiering, W., Rosei, E.A., ...ESC Scientific Document Group. (2018). 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension: The Task Force for the management of arterial hypertension of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Society of Hypertension (ESH). European Heart Journal, 39, 33. doi:10.1093/eu rheartj/ehy339.

Lugo, M.L (2015). Promoção de saúde para os fatores de risco associados á hipertensão arterial com abordagem centrado na pessoa em um PSF do município Varre Sai: Uma proposta de intervenção educativa. (Trabalho Final do Curso). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

MSSS (2017). Ministério da Saúde e da Segurança Social. Plano Estratégico Nacional para o Envelhecimento Ativo e Saúde do Idoso. Horizonte 2017-2021. Cabo Verde:Praia.

MSSS. (2019) Ministério da Saúde e da Segurança Social. Relatório estatístico 2018. Cabo

Verde:Praia.

Reis, A.F.P.P. (2014). Medicina Centrada no Paciente e Capacitação do Consulente em Medicina Geral e Familiar. (Tese de Mestrado Integrado em Medicina). Universidade de Coimbra, Portugal.

Direção Geral de Saúde, (2011). Abordagem Terapêutica da Hipertensão Arterial. Norma 026/2011 da Direção Geral Saúde, Portugal [Internet]. Disponível em: https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e- circulares-normativas/norma-n0262011-de-29092011- atualizada-a-19032013-jpg.aspx.

WHOQOL (1996). Quality of Life Assessment Group. What quality of life? World Health Forum; 17(4), 354-356.Disponível em https://apps.who.int/iris/ handle/10665/54358.

Pereira, P.N.S. (2018). Adesão à Terapêutica, Capacitação, Qualidade de vida: relação com o controlo da Hipertensão Arterial. (Tese de Mestrado Integrado em Medicina). Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.

Ferreira, P.L., Ferreira, N.F., Perreira, L.N: Contributos para a Validação da Versão Portuguesa do EQ-5D. Acta Médica Portuguesa 2013 Nov- Dec;26(6):664-675.

Agrela, P.J.F. (2016). Análise da Capacitação dos Doentes com Hipertensão Arterial Comparativamente à Perspetiva dos Médicos de Medicina Geral e Familiar. (Tese de Mestrado Integrado em Medicina). Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal. Disponível em http:// hdl.handle.net/10400.6/5269.

Oliveira, C.P. (2016). Saúde do homem: um desafio para os serviços de saúde. (Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação). Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Disponível em: https://ares.unasus.gov. br/acervo/handle/ARES/5783.

Cavalcanti, J.R.D., Ferreira, J.A., Henriques, A.H.B., Morais, G.S.N., Trigueiro, J.V.S. & Torquato, I.M.B. (2014). Assistência Integral a Saúde do Homem: necessidades, ostáculos e estratégias de enfrentamento. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, 18, 4, 628-634. doi:10.5935/1414-8145.20140089.

Cunha, M., Santos, E., Fonseca, S., Gaspar, R. & Almeida, D. (2014). Literacia para a saúde, obesidade e hipertensão arterial – revisão integrativa da literatura. Millenium, 47, 19, 111‐128.

Downloads

Publicado

2023-06-10

Como Citar

1.
Dos Reis Fernandes A, Simões JA, Santiago LM. CAPACITAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA DOS DOENTES HIPERTENSOS SEGUIDOS NOS CENTROS DE SAÚDE NA CIDADE DA PRAIA EM CABO VERDE. RH [Internet]. 10 de Junho de 2023 [citado 29 de Abril de 2024];(95):8-15. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/88

Edição

Secção

Artigo Original