INFLUÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO: RELAÇÃO ÍNTIMA QUE É PRECISO COMBATER

Autores

  • Bárbara Saraiva Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Interno de Formação Específica de Medicina Interna
  • Ivanna Ostapiuk Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Interno de Formação Específica de Medicina Interna
  • Catarina Tavares Valente Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Interno de Formação Específica de Medicina Interna
  • Sónia Coelho Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Assistente Hospitalar de Medicina Interna
  • Orlando Mendes Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Assistente Hospitalar de Medicina Interna
  • Ana Rita Fernandes Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Assistente Hospitalar de Medicina Interna
  • Celestina Blanco Torres Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Assistente Graduado de Medicina Interna
  • João Correia Serviço de Medicina Interna, Hospital Sousa Martins, ULS Guarda; Assistente Graduado Sénior de Medicina Interna

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.110

Palavras-chave:

Hipertensão arterial, Acidente Vascular Cerebral Isquémico, Fatores de Risco Cardiovascular

Resumo

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma causa importante de morbilidade na Europa e a primeira causa de morte em Portugal, a maioria é de natureza isquémica (69-75%). A hipertensão arterial (HTA) é o fator de risco mais importante para a morbilidade e mortalidade cardiovascular, sendo um fator de risco major para o AVC isquémico (AVCi). O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de HTA como fator de risco em doentes que apresentaram AVCi tendo em conta a frequência da pressão arterial (PA) à admissão, classes de anti hipertensores mais usadas e alterações terapêuticas à data de alta.

Materiais e Métodos: Estudo observacional retrospetivo onde foram incluídos doentes com AVCi internados na Unidade de AVC de um hospital distrital, entre 1 de janeiro de 2019 e 15 de novembro de 2019. Os autores recolheram os dados tendo em conta codificação de GDH’s e consulta de processos clínicos.

Resultados e Discussão: Dos 199 doentes internados na Unidade de AVC foram incluídos 173 doentes com o diagnóstico de AVC isquémico Dos 173 doentes incluídos no estudo, 43,9% eram do sexo feminino e 56,1% do sexo masculino, dos quais 73% apresentavam diagnóstico de HTA. Destes 66% estavam medicados e 7% tinham diagnóstico, mas não estavam medicados. À entrada no serviço de urgência apenas 22% dos doentes com diagnóstico prévio de HTA e medicados estavam normotensos. Recebiam monoterapia 60% dos pacientes. Dos fármacos usados a maioria pertencia aos de 1a linha, sendo os Inibidores da Enzina Conversora de Agiotensina (IECA’s) os mais usados (33%). À data de alta 31.2% mantiveram terapêutica, 26% modificaram terapêutica e 15% iniciaram terapêutica de novo.

Conclusão: É de suma importância o controlo adequado da HTA no AVC isquémico, como fator de risco modificável tanto na prevenção primária como secundária. Por isso, o controlo eficaz da PA é a grande arma contra o AVC.

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Publicado

2023-12-10

Como Citar

1.
Saraiva B, Ostapiuk I, Tavares Valente C, Coelho S, Mendes O, Fernandes AR, Blanco Torres C, Correia J. INFLUÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO: RELAÇÃO ÍNTIMA QUE É PRECISO COMBATER. RH [Internet]. 10 de Dezembro de 2023 [citado 21 de Dezembro de 2024];(98):6-12. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/110

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