AVALIAÇÃO DA HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA EM IDOSOS RESIDENTES NA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE CASTELO BRANCO

Autores

  • Adriana Jesus dos Santos Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco, BSc Student em Fisiologia Clínica
  • Bruno Tiago Madeira Morais Valentim Centro Hospitalar e Universitário Cova da Beira, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Mestre em Cardiopneumologia; especialização em Arritmologia
  • Patrícia Coelho Sport, Health & Exercise Unit (SHERU) | Qualidade de Vida no Mundo Rural (QRural) – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Doutor em Biomedicina
  • Francisco Rodrigues Qualidade de Vida no Mundo Rural (QRural)| Sport, Health & Exercise Unit (SHERU), Instituto Politécnico de Castelo Branco, Doutor em Saúde Pública; Doutor em Microbiologia
  • Joana Pires Estudante do Programa Doutoral da Faculdade de Medicina de Lisboa – Ramo das Ciências Funcionais; Mestrado em Ciências do Sono

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.68

Palavras-chave:

Hipotensão Ortostática, Idosos, Prevalência

Resumo

Introdução: A hipotensão ortostática é caraterizada como uma condição clínica que afeta maioritariamente a população sénior e manifesta-se pela queda dos valores da pressão arterial após a passagem à ortostasia. Esta condição é ainda associada a um alto risco de mortalidade e morbilidade.

Objetivos: Verificar se a sintomatologia após ortostatismo está associada à presença de hipotensão ortostática, bem como identificar indivíduos com hipotensão ortostática. Adicionalmente, perceber se existe relação entre a hipotensão ortostática e comorbilidades/terapêutica medicamentosa.

Métodos: Trata-se de um estudo analítico, transversal e observacional, cuja amostra é constituída por 95 indivíduos, dos quais 73,7% pertencem ao sexo feminino e 26,3% ao sexo masculino, com idades entre os 65 e os 99 anos.
A recolha de dados ocorreu durante o mês de abril. Era efetuada uma avaliação da pressão arterial em decúbito, e duas após o 1o e o 3o minuto de ortostasia. Foi também realizado um questionário acerca de fatores de risco cérebro e cardiovasculares e acerca de antecedentes pessoais de doença cardíaca e acidente vascular cerebral.

Resultados: A prevalência de hipotensão ortostática encontrada foi de 5,3%, dos quais 4,2% eram do sexo feminino e 1,1% do sexo masculino. A classe de idades que apresentou uma prevalência mais elevada foi a classe dos 85 aos 94 anos (3,2%). Os fatores de risco cardiovasculares mais frequentemente encontrados foram a hipertensão arterial e o sedentarismo, apresentando uma prevalência de 62,1% e 38,9% respetivamente.

Discussão: Não foram encontradas significâncias estatísticas entre as variáveis avaliadas e a ocorrência de hipotensão ortostática, apesar de existir algum grau de associação entre a ocorrência de hipotensão ortostática e a presença de HTA (p=0,054) e idades mais avançadas (p=0,074).

Conclusão: Verificou-se que a prevalência de hipotensão ortostática obtida se encontra abaixo da prevalência encontrada noutros estudos portugueses.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Lopes LS, Mürrer G, Lima NCP, Grizante P, Valente M. Orthostatic hypotension in elderly ambulatory patients. Arq Med ABC. 2007;32(1):17–20.

Romero-Ortuno R, Cogan L, Foran T, Kenny RA, Fan CW. Continuous noninvasive orthostatic blood pressure measurements and their relationship with orthostatic intolerance, falls, and frailty in older people. J Am Geriatr Soc. 2011;59(4):655–65.

Clement DL. Low Blood Pressure. e-Journal Cardiol Pract [Internet]. 2019;17. Available from: https://www.escardio.org/Journals/E-Journal-of-Cardiology- Practice/Volume-17/low-blood-pressure

Biaggioni I, Kaufmann H. Orthostatic Hypotension. Encycl Neurol Sci. 2014;698–700.

Kim N, Park J, Hong H, Kong ID, Kang H. Orthostatic hypotension and health-related quality of life among community-living older people in Korea. Qual Life Res [Internet]. 2019;(0123456789). Available from: https://doi.org/10.1007/s11136-019-02295-6

Velten APC, Benseñor I, Souza JB de, Mill JG. Fatores associados à hipotensão ortostática em adultos: estudo ELSA-Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(8):1–12.

Valente O. Hipotensão Ortostática. In: Manual MSD [Internet]. p. 1712–4. Available from: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doenças- cardiovasculares/sintomas-de-doenças-cardiovasculares/hipotensão-ortostática

Frith J, Parry SW. New Horizons in orthostatic hypotension. Age Ageing. 2017;46(2):168–74.

Xin W, Mi S, Lin Z, Wang H, Wei W. Orthostatic hypotension and the risk of incidental cardiovascular diseases: A meta-analysis of prospective cohort studies. Prev Med (Baltim) [Internet]. 2016;85:90–7. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2016.01.007

José Luís Ducla-Soares*, Catarina Matos** IV-L. Prevalência da hipotensão ortostática numa população geriátrica hospitalar e internada em lares. 2002;

Carvalho I, Veríssimo MT, Filipe da Cunha Esperto H. Hipotensão Ortostática-Revisão da Literatura e Prevalência no Idoso. Available from: https://estudogeral. sib.uc.pt/bitstream/10316/36293/1/HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA - Revisão da Literatura e Prevalência no Idoso%2C FMUC%2C 2015%2C Inês Isabel Branco de Carvalho.pdf

Filho MFDB, Barros RF De, Campos DLP De. Hipotensão postural em indivíduos com idade superior a 60 anos. Rev da Fac Ciências Médicas Sorocaba. 2007;4(1–2):50–6.

Momeyer MA. Orthostatic hypotension in older adults with dementia. J Gerontol Nurs. 2014;40(6):22–9.

Freeman R, Wieling W, Axelrod FB, Benditt DG, Benarroch E, Biaggioni I, et al. Consensus statement on the definition of orthostatic hypotension, neurally mediated syncope and the postural tachycardia syndrome. Clin Auton Res [Internet]. 2011;21(2):69–72. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.autneu.2011.02.004

Hanada M, Tawara Y, Miyazaki T, Sato S, Morimoto Y, Oikawa M, et al. Incidence of orthostatic hypotension and cardiovascular response to postoperative early mobilization in patients undergoing cardiothoracic and abdominal surgery. BMC Surg. 2017;17(1):1–9.

Associação Médica Mundial. Declaração de Helsinquia Princípios Éticos para a Investigação Médica em Seres Humanos. 2008;1–4.

Pereira A. Beira Baixa ’ s Blood Pressure Program , Orthostatic Hypotension – County of. 2020;( January).

DiStefanoC, MilazzoV,TotaroS, SobreroG,Ravera A, Milan A, et al. Orthostatic hypotension in a cohort of hypertensive patients referring to a hypertension clinic. J Hum Hypertens. 2015;29(10):599–603.

Méndez AS, Melgarejo JD, Mena LJ, Chávez CA, González AC, Boggia J, et al. Risk Factors for Orthostatic Hypotension: Differences between Elderly Men and Women. Am J Hypertens. 2018;31(7):797–803.

Townsend RR, Chang TI, Cohen DL, Cushman WC, Evans GW, Glasser SP, et al. Orthostatic changes in systolic blood pressure among SPRINT participants at baseline. J Am Soc Hypertens. 2016;10(11):847–56.

Fedorowski A, Stavenow L, Hedblad B, Berglund G, Nilsson PM, Melander O. Orthostatic hypotension predicts all-cause mortality and coronary events in middle-aged individuals (The Malmö Preventive Project). Eur Heart J. 2010;31(1):85–91.

Downloads

Publicado

2023-02-13

Como Citar

1.
Jesus dos Santos A, Madeira Morais Valentim BT, Coelho P, Rodrigues F, Pires J. AVALIAÇÃO DA HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA EM IDOSOS RESIDENTES NA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE CASTELO BRANCO. RH [Internet]. 13 de Fevereiro de 2023 [citado 18 de Abril de 2024];(91):28-37. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/68

Edição

Secção

Artigo Original