Literacia Em Saúde - Estudo Observacional Numa Unidade Integrada De Insuficiência Cardíaca

Autores

  • Mafalda Corrêa Figueira Especialista em Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Crisálida Ferreira Enfermeira, Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Ana Rita Sousa Mestre e especialista em Enfermagem médico-cirúrgica, Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Joana Simões Interna de formação específica em Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Margarida Lopes Madeira Especialista em Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Hugo de Barros Viegas Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Serviço de Medicina Interna e Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Sara Gonçalves Assistente Hospitalar Graduada de Cardiologia, Serviço de Cardiologia e Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca, Centro Hospitalar de Setúbal
  • Ermelinda Pedroso Assistente Hospitalar Graduada Sénior, Diretora de Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Setúbal

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.105

Palavras-chave:

literacia em saúde, determinantes sociais da saúde, apoio social, fatores de risco cardiovascular, Insuficiência Cardíaca

Resumo

Introdução: A literacia em saúde, melhor descrita atualmente através do modelo conceitual integrado de Sorensen, é um tema central das políticas de saúde atuais pelo seu impacto nos resultados e nos custos deste setor. Níveis baixos de literacia em saúde influenciam a abordagem de doenças crónicas e interferem na sua prevenção, contribuindo para uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular.
Material e métodos: Estudo observacional, que visa caracterizar uma população de doentes seguidos numa unidade integrada de insuficiência cardíaca quanto ao nível de literacia em saúde através da aplicação do questionário Europeu de literacia em saúde. Os dados sociodemográficos, económicos e geográficos foram colhidos através da consulta de processo clínico, consulta telefónica e da aplicação da escala de suporte social de Oslo. O processamento de dados foi feito utilizando o Microsoft Office Excel.
Resultados: Grupo de 48 doentes, com uma média de idades de 65,5 anos e no qual 69% eram do género masculino. Dois terços da amostra tinham índices de literacia problemáticos ou inadequados. Constatou-se uma maior prevalência de níveis baixos de literacia em saúde nos grupos com menor suporte social, cujo rendimento mensal era inferior ao salário mínimo nacional, que residiam a maiores distâncias do hospital e que tinham menor número de consultas.
Discussão e Conclusão: Os resultados foram ao encontro do que se encontra descrito na literatura, à exceção da relação entre melhores níveis de literacia em saúde e uma maior utilização dos serviços de saúde, o que poderá refletir a educação para a saúde realizada na Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca e que corrobora a importância dos Serviços e dos profissionais no aumento da literacia em saúde da população que serve.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Plano de ação, literacia em saúde - Portugal 2019-2021. Divisão de literacia, saúde e bem-estar. Direção 11. de Serviços de prevenção da doença e promoção da saúde (DSPDPS),Direção Geral da Saúde;

Health 2020: Education and health through the life-course. 2015.

Sørensen K, van den Broucke S, Fullam J, Doyle 12. G, Pelikan J, Slonska Z, et al. Health literacy and public health: A systematic review and integration of definitions and models. BMC Public Health. 13. 2012;12(1):80.

Sørensen K, van den Broucke S, Pelikan JM, Fullam J, Doyle G, Slonska Z, et al. Measuring health literacy in populations: illuminating the design 14. and development process of the European Health Literacy Survey Questionnaire (HLS-EU-Q). BMC Public Health. 2013;13(1):948. 15.

Saboga Nunes LKSJPMCEREP, Sorensen K, Pelikan J, Cunha M, Rodrigues E, Paixão E. Cross- cultural adaptation and validation to Portuguese of the European Health Literacy Survey (HLS-EU-PT). Atencion Primaria. 2014;46:1–13. 16.

Pedro AR, Amaral O, Escoval A. Literacia em saúde, dos dados à ação: tradução, validação e 17. aplicação do European Health Literacy Survey em Portugal. Revista Portuguesa de Saúde Pública. 2016;34(3):259–75.

Kickbush I, Maag D. Health literacy. In: 18. Heggenhougen K, Quah S, editors. International encyclopedia of public health. San Diego: Academic Press; 2008. p. 204–11. 19.

Sørensen K, Pelikan JM, Röthlin F, Ganahl K, Slonska Z, Doyle G, et al. Health literacy in Europe: comparative results of the European health literacy survey (HLS-EU). The European Journal of Public Health. 2015;25(6):1053–8. 20.

Schillinger D. The Intersections Between Social Determinants of Health, Health Literacy, and Health Disparities. Studies in health technology 21. and informatics. 2020;269:22–41.

Mantwill S, Diviani N. Health literacy and health disparities: a global perspective. In: Okan O, Bauer U, Levin-Zamir D, Pinheiro P, Sorensen K, editors. Internation handbook of health literacy Research, practice and policy across the lifespan. Bristol: Policy Press; 2019. p. 139–52.

INE. Portal do Instituto Nacional de Estatística [Internet]. Mortes por enfarte agudo do miocárdio diminuíram 7,5% - 2019. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística; 2021 Disponível em: http://www.ine.pt/

Bourbon M, Alves A, Rato Q. Prevalência de fatores de risco cardiovascular na população portuguesa. Lisboa; 2019.

Fonseca C, Brás D, Araújo I, Ceia F. Insuficiência cardíaca em números: estimativas para o século XXI em Portugal. Revista Portuguesa de Cardiologia. 2018;37(2):97–104.

Peterson PN. Health Literacy and Outcomes Among Patients With Heart Failure. JAMA. 2011 Apr 27;305(16):1695.

Kocalevent R-D, Berg L, Beutel ME, Hinz A, Zenger M, Härter M, et al. Social support in the general population: standardization of the Oslo social support scale (OSSS-3). BMC Psychology. 2018;6(1):31.

Bieri U et al. Health Literacy 2015 Population Survey. 2016. p. 1–8.

Liu Y-B, Hou P, Xue H-P, Mao X-E, Li Y-N. Social Support, Health Literacy, and Health Care Utilization Among Older Adults. Asia Pacific Journal of Public Health. 2019;31(4):359–66.

Lee S-YD, Arozullah AM, Cho YI. Health literacy, social support, and health: a research agenda. Social Science & Medicine. 2004;58(7):1309–21.

Kelly C, Hulme C, Farragher T, Clarke G. Are differences in travel time or distance to healthcare for adults in global north countries associated with an impact on health outcomes? A systematic review. BMJ Open. 2016;6(11):e013059.

Berkman ND, Davis TC, McCormack L. Health Literacy: What Is It? Journal of Health Communication. 2010;15(sup2):9–19.

Magnani JW, Mujahid MS, Aronow HD, Cené CW, Dickson VV, Havranek E, et al. Health Literacy and Cardiovascular Disease: Fundamental Relevance to Primary and Secondary Prevention: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2018;138(2).

Downloads

Publicado

2024-10-18

Como Citar

1.
Corrêa Figueira M, Ferreira C, Sousa AR, Simões J, Lopes Madeira M, de Barros Viegas H, Gonçalves S, Pedroso E. Literacia Em Saúde - Estudo Observacional Numa Unidade Integrada De Insuficiência Cardíaca. RH [Internet]. 18 de Outubro de 2024 [citado 21 de Outubro de 2024];(103):12-9. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/105

Edição

Secção

Artigo Original