HIPERTENSÃO ARTERIAL NÃO ESTUDADA: UMA CATÁSTROFE A LONGO PRAZO?

Autores

  • Andreia Mandim Mestrado Integrado em Medicina; Unidade Local de Saúde Póvoa de Varzim / Vila do Conde
  • Dina Fernandes Mestrado Integrado em Medicina; Unidade Local de Saúde de Matosinhos
  • Alba Rodriguez Graduada em Medicina; Serviço de Cardiologia; Hospital Álvaro Cunqueiro
  • Jose Nicolas Canoa MD, PhD, Especialista em Cardiologia; Serviço de Cardiologia; Hospital Álvaro Cunqueiro

DOI:

https://doi.org/10.58043/rphrc.184

Palavras-chave:

Hipertensão secundária, Hiperaldosteronismo primário, Doença cardio-renal

Resumo

A hipertensão arterial (HTA) é um dos principais fatores de risco modificáveis para a doença cardiovascular e renal. O hiperaldosteronismo primário (HAP) é uma causa tratável de HTA secundária, frequentemente subdiagnosticada. A identificação precoce pode prevenir complicações graves. Relata-se o caso de um homem de 57 anos com HTA de longa data e controlo tensional inadequado, admitido por insuficiência cardíaca aguda. Destacavam-se hipocalémia persistente, lesão renal crónica e hipertrofia ventricular esquerda. O estudo hormonal, apesar da terapêutica em curso, revelou aldosterona plasmática significativamente elevada (1405 ng/dL), atividade da renina diminuida (0,34 ng/mL/h) e relação aldosterona/renina >40, confirmando o diagnóstico de HAP . A ressonância magnética mostrou discreto espessamento da glândula suprarrenal esquerda. O caso ilustra a importância da investigação etiológica em HTA resistente. O diagnóstico de hiperaldosteronismo primário deve ser considerado em doentes com HTA resistente, hipocalémia e lesão de órgão-alvo. A investigação dirigida, mesmo com terapêutica mantida, pode permitir um diagnóstico correto e prevenir complicações cardiovasculares e renais irreversíveis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Funder JW, Carey RM, Mantero F, Murad MH, Reineke M, Shibata H, et al. The management of primary aldosteronism: case detection, diagnosis, and treatment: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2016;101(5):1889–916.

Williams B, Mancia G, Spiering W, Agabiti Rosei E, Azizi M, Burnier M, et al. 2020 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. Eur Heart J. 2020;41(33):255–323.

Vaidya A, Mulatero P, Baudrand R, Adler GK. The expanding spectrum of primary aldosteronism: implications for diagnosis, pathogenesis, and treatment. Endocr Rev. 2018;39(6):1057–88.

Rossi GP, Bisogni V, Bacca AV, Belfiore A, Cesari M, Mantero F, et al. The diagnosis of primary aldosteronism: value of adrenal vein sampling. Endocrinol Metab Clin North Am. 2019;48(4):717–35.

Brown JM, Siddiqui M, Calhoun DA, Carey RM, Hopkins PN, Williams GH, et al. The unrecognized prevalence of primary aldosteronism: a cross-sectional study. Ann Intern Med. 2020;173(1):10–20.

Ruilope LM, Zanchetti A. Hypertension in the metabolic syndrome: its role in cardiovascular risk. J Hypertens. 2005;23(3):327–36.

Sarafidis PA, Bakris GL. State of hypertension management in chronic kidney disease. Curr Opin Nephrol Hypertens. 2020;29(5):437–44.

Schmieder RE, Mann JFE, Schumacher H, McQueen MJ, Dagenais GR, Yusuf S. Changes in albuminuria predict mortality and morbidity in patients with vascular disease. J Am Soc Nephrol. 2011;22(7):1353–64.

Young WF Jr. Primary aldosteronism: renaissance of a syndrome. Clin Endocrinol (Oxf). 2007;66(5):607–18.

Downloads

Publicado

2025-10-11

Como Citar

1.
Mandim A, Fernandes D, Rodriguez A, Nicolas Canoa J. HIPERTENSÃO ARTERIAL NÃO ESTUDADA: UMA CATÁSTROFE A LONGO PRAZO?. RH [Internet]. 11 de Outubro de 2025 [citado 13 de Outubro de 2025];(109):28-30. Disponível em: https://revistahipertensao.pt/index.php/rh/article/view/184

Edição

Secção

Caso Clínico